Você já ouviu falar de produtos de limpeza biodegradáveis, certo? E, provavelmente, também já se deparou com termos como “limpeza verde”, “green seal” ou “green cleaning”, não é?
O que são produtos biodegradáveis?
Todas essas expressões significam respectivamente “selo verde” e “limpeza verde”, e são aplicadas a todos os produtos de limpeza e higiene considerados ecologicamente sustentáveis, menos agressivos ao meio ambiente (veja mais sobre como ser mais responsável ecologicamente em nosso artigo), podendo ser, até mesmo, os já ditos produtos de limpeza biodegradáveis.
No entanto, uma questão central surge ao falarmos sobre produtos de limpeza biodegradáveis: será que existem meios ou métodos que são absolutamente inofensivos à natureza? Mesmo aqueles descritos como naturais?
Siga a leitura desse artigo para saber mais sobre essa discussão.
Produtos de limpeza biodegradáveis e green seal.
Nos Estados Unidos, produtos de limpeza biodegradáveis têm possibilidade de serem certificados com o selo ” green seal “, atestando que ele é “amigável ao meio ambiente” ao se preocupar com a sustentabilidade em todos os seus processos: da matéria-prima, fabricação, embalagem e transporte.
Ainda assim, apesar de constantes preocupações e certificações, nem sempre os males causados ao meio ambiente podem ser previstos. A realização de estudos preliminares por vezes não é o suficiente para evitar danos a natureza, mesmo daqueles produtos descritos como de “limpeza verde”. Vejamos a seguir.
Produtos de Limpeza Biodegradáveis – Exemplos constatados.
Há diversos casos de danos a natureza causado por componentes de produtos de limpeza biodegradáveis que inicialmente eram considerados inofensivos.
Um dos mais notáveis se refere ao fosfato. Elemento importante na composição de detergentes, foi considerado inócuo ao meio ambiente por muitos anos.
No entanto, futuramente descobriu-se que, ao ser despejado em grandes quantidades em rios e mares, acarreta na alta proliferação de algas, que consomem grandes quantidades de oxigênio enquanto libera demasiadamente CO2, causando a morte de peixes e outros animais, em um efeito em cadeia devastador.
Outro exemplo se refere ao formaldeído, também conhecido como formol.
O formol foi um ativo muito utilizado em produtos como desinfetantes, esmaltes para unha e até produtos para cabelo. Hoje sabemos que seu uso irresponsável pode causar câncer, o que o levou a ser banido mundialmente como princípio ativo para desinfetantes.
Ainda assim, seus diversos usos irrestritos quando presente em muitos produtos de fácil acesso ao público geral causaram inúmeras adversidades a saúde das pessoas, muitas vezes com danos irreparáveis.
Tais exemplos nos mostram que mesmo produtos considerados como “naturais” e de limpeza verde (os tidos “green cleaning”), não estão livres de provocarem riscos à saúde e meio ambiente, como intoxicações.
A segurança e a eficácia de produtos químicos estão relacionadas as informações exatas e utilização correta de quantidades. Em suma: todo e qualquer produto químico deve ser utilizado com responsabilidade e cuidado, independentemente de sua certificação.
Anvisa e a Certificação de Biodegradabilidade de produtos de limpeza
A RDC Nº 694 de 13 de maio de 2022, emitida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do Brasil, estabelece regulamentos sobre a biodegradabilidade de agentes tensoativos aniônicos em produtos saneantes, que são os produtos destinados à higienização, desinfecção ou desinsetização em ambientes domésticos e públicos.
De acordo com essa resolução, é exigido que todos os agentes tensoativos aniônicos utilizados nesses produtos sejam biodegradáveis. A medida visa minimizar o impacto ambiental dos produtos de limpeza ao serem descartados no meio ambiente, onde podem causar poluição e danos à fauna e flora aquáticas.
Portanto, a afirmativa de que “Todos os agentes tensoativos aniônicos empregados em formulações de produtos saneantes domissanitários devem ser biodegradáveis” está correta e alinha-se com as exigências dessa RDC. Se um produto saneante domissanitário contendo agentes tensoativos aniônicos não for biodegradável, ele estaria, com base nessa regulamentação, descumprindo a lei e, portanto, seria considerado ilegal no Brasil.
É importante para os fabricantes, distribuidores e consumidores estarem cientes dessas normativas para assegurar que os produtos comercializados e utilizados no país estejam em conformidade com a legislação vigente.
Sendo assim, alertar ao consumidor que o produto de limpeza profissional é biodegradável, esta adequado, contudo trazer uma vantagem competitiva pode, em certo aspecto ser uma obviedade vestida de diferencial. Talvez estejamos diante de um GreenWashing.
O que é greenwashing?
Também é valido se atentar ao crescente “ greenwashing ”, que são práticas antiéticas relacionadas a indústrias e laboratórios de produtos de limpeza que se apropriam de lutas, discursos e pautas ambientalistas para venderem seus produtos, maquiando-os como sustentáveis e amigavelmente ecológicos, mesmo não sendo.
Soluções reais para a sustentabilidade.
No Brasil, criou-se o selo “Qualidade ABNT Ambiental”, uma iniciativa desenvolvida pela “ABRALIMP – Associação Brasileira do Mercado Limpeza Profissional” em conjunto com a ABNT.
Esse selo atesta a garantia de que o produto em questão tem menor impacto ambiental do que produtos que não apresentam o rótulo.
Além disso, o selo também desempenha o papel de mostrar ao mercado as empresas preocupadas com a responsabilidade ecológica em seus produtos, se preocupando com a preservação do meio ambiente e com o bem estar das próximas gerações, papel equiparável a versão nacional “green seal”.
O “Qualidade ABNT Ambiental” representa um grande passo de consciência ecológica para o segmento de limpeza profissional.
Aspectos como produtos de limpeza biodegradáveis concentrados, juntamente com embalagens inteligentes, indiscutivelmente contribuem para a boa utilização de produtos.
Eles diminuem a exposição à química presente neles, além de ter impacto até 90% menor na emissão de gases que contribuem com efeito estufa e aquecimento global, no que tange a produção das embalagens.
Em outras palavras, ao reduzir a quantidade utilizada, tanto de produtos quanto de embalagens, acaba-se contribuindo com a sustentabilidade do planeta.
A gigante rede de supermercados norte americana Walmart desenvolveu um plano, junto a seus fornecedores, de que apostassem em produtos domésticos concentrados, visando em retificar seu compromisso com a sustentabilidade.
Produtos de limpeza concentrados usam, proporcionalmente, menos energia na fabricação de suas embalagens e demandam menos de transporte do que produtos de pronto-uso.
Recentemente a nossa linha de produtos de limpeza profissional, Prax, foi certificada com a ABNT de Rotulagem Ambiental, tratam-se de vários produtos com esse importante Green Seal.
Entre eles um destaque vai para o Limpador Geral Prax, que possui vários formatos de embalagem, incluindo a versão Hiper Concentrada, que concilia além do selo verde, a eliminação de embalagens tradicionais.
Como bom exemplo de produtos ecologicamente responsáveis, temos nossa linha SAD, anteriormente conhecida como linha Fácil.
Apostamos em produtos de limpeza superconcentrados, como o Synd 250 desengraxante industrial biodegradável, visando colaborar com a sustentabilidade.
Todos os produtos de limpeza, sejam biodegradáveis ou não, oferecem algum índice de risco. Entretanto, seu eventual maleficio será ampliado às pessoas que se expuserem a eles de modo inadequado e durante um tempo maior que o recomendado, correndo assim um perigo proporcional a exposição.
A Higiclear, que tem como seu principal pilar a comercialização de produtos de limpeza, investe em técnicas sustentáveis de uso e em melhores treinamentos possível aos profissionais da limpeza.
Em suma, a melhor recomendação a ser feita é: independentemente de ser um produto de limpeza biodegradável ou não, o uso e consumo consciente é a melhor alternativa para a preservação pessoal e ambiental.
Referências: